29 de outubro de 2012

Labrador da PM é ameaçado de morte pelo tráfico no Rio


Cachorro localizou 400 kg de maconha em Manguinhos e é o maior tormento para bandidos. Em radiotransmissores, criminosos pedem para mirar 'no marronzinho'


Maíra Coelho / Agência O Dia
Boy está na mira de traficantes: "Mirem no marronzinho", gritaram criminosos
Boy, um labrador de sete anos do Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar, tornou-se o maior tormento do tráfico do Rio. Ameaçado de morte por bandidos, que durante operações nas favelas, segundo os policiais, ordenam pelos radiotransmissores que comparsas atirem no animal, o "capitão Nascimento" de quatro patas deu o troco nos criminosos.
Neste domingo, com a ajuda da companheira Tati, da mesma raça e um ano mais nova, os PMs apreenderam quase 400 kg de maconha numa casa abandonada no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte. 
“Boy é um dos melhores animais que temos. Um dos recordistas em descobrir armas e drogas. Ultimamente, temos captado pelos radiotransmissores, durante operações em favelas, ameaças de bandidos contra ele. Dizem: ‘Mirem (as armas) no marronzinho (em alusão à cor do labrador). Tem que pegar o marronzinho!’. Todo cuidado com o nosso focinho de ouro é pouco”, afirmou o tenente Daniel Puga, que comandou a operação com 16 policiais armados de fuzis em Manguinhos, ontem.
A droga, dividida em 190 tabletes prensados, foi encontrada, junto com 436 projéteis de calibre 762 e 230 de calibre ponto 30, além de 23 carregadores de fuzil 762, escondida atrás de parede falsa, dentro de casa no número 17 da Rua Jacinto, a menos de 100 metros da base do Batalhão de Choque da PM. “Esse material jamais seria descoberto se não fosse o olfato extremamente apurado de cães bem treinados, como Boy”, disse Puga.
Mais 92 cães no próximo ano
A PM tem, literalmente, soltado os cachorros contra os criminosos. Conforme O DIA mostrou no dia 17, o Batalhão de Ações com Cães foi vencedor da premiação de metas da Secretaria de Segurança Pública, mês passado, pelo emprego de técnicas inovadoras na busca de drogas.
Rerpodução
Além da maconha, munição e carregadores de fuzil foram recolhidos

O sucesso dos "bisbilhoteiros oficiais" da corporação é tanta que uma licitação será aberta para a compra de mais 92 cães farejadores. Eles vão se juntar aos 69 que hoje integram o batalhão. O tenente Daniel Puga ressalta porque os policiais têm uma carinho especial pelos cães da unidade.
“São os únicos do país capazes de farejar armas e drogas em áreas de combate, inclusive, durante tiroteios”, explica. No final das operações, a merecida recompensa: uma bola de tênis para brincar.
*reportagem de Francisco Edson Alves

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