29 de novembro de 2012

Cuidados redobrados para enfrentar o calor

Tosa, controlar os horários de passeio e oferecer água em abudância são alguns dos cuidados
O verão ainda nem começou e a temperatura no Recife já é alvo de muita reclamação. Os cuidados que as pessoas devem tomar durante a estação mais quente são conhecidos, mas nem sempre donos de animais entendem que o calor requer atenção especial para seus pets também. Para evitar problemas graves, os tutores devem observar com cautela as reações de seus cães sob o sol.

Roseana Diniz, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), especialista em comportamento animal, explica os motivos dos cuidados redobrados. “Os cães não transpiram por poros, como nós. Para refrescar o corpo, eles respiram pela boca e, por isso, nessa época ficam sempre de boca aberta, ofegantes”, explica. A transpiração também ocorre pelas patas e focinho, mas em menor escala. “Por essa razão, quando a temperatura sobe demais, é fácil que o animal entre num choque térmico”.

Para evitar o quadro, é preciso tomar medidas de cautela. “A tosa dos pelos é recomendada, especialmente se os cães possuírem pelos longos ou densos. É preciso também ter sempre água fresca disponível”. Mesmo se o dono do cãozinho não quiser adotar um corte mais radical, deve-se, ao menos, adotar uma 'tosa verão', que ameniza os efeitos da época. “Principalmente em cães originários de países frios, como Pastor Alemão, Husky ou Akita. Eles têm mais dificuldade de adaptação”, comenta.

Brunna Lyra, jornalista, é dona de Sun, uma Shitzu de 5 anos, que costuma ter o pelo tosado durante o verão. “Por causa do pelo grosso e cheio que a raça possui, tosamos ela sempre, pensando em cuidar melhor da pele e buscando amenizar o calor”, explica Brunna. “Ela também tem uma doença de pele chamada demodécica, e se não cuidarmos bem dos pelos e pele, ela desenvolve uma espécie de fungo não transmissível. No verão os cuidados são redobrados”. Ela conta que, durante o inverno, a tosa acontece a cada dois meses ou mais, enquanto na época de calor, passa a ser mensal.

A professora Roseana Diniz acrescenta que o horário de passeio dos animais é um dos fatores mais importantes para poupá-los do mal-estar causado pelo calor. “Deve-se passear com cães do início da manhã até, no máximo, 9h30, 10h, quando a temperatura começa a aumentar”. Precauções adicionais podem ser tomadas, como o uso de 'sapatinhos' para as patas do cães e cuidado com o horário da alimentação. “Não se deve concentrar tudo que o cachorro come num horário só. É preciso distribuir a quantidade durante o dia, para não sobrecarregar o processo digestivo do animal. Não é pra aumentar a quantidade de comida, apenas dividi-la melhor”, afirma Roseane.

A especialista conta que presencia com muita frequência tutores de cães os colocando em situações de risco. “Já vi cachorro desmaiando por causa do horário em que ele estava se exercitando. Tem que prestar atenção aos sintomas que os cães apresentam, como fatiga intensa, respiração muito ofegante, resistência pra continuar os exercícios”, explica.

Cães que insistem em buscar espaços com sombra também podem estar sentindo os efeitos do calor. “Caso a situação se agrave e o cão venha a entrar em colapso, é preciso tirá-lo imediatamente do calor, levando a um lugar com uma temperatura mais amena, como um chão frio, sombra. Uma sala com ar-condicionado ou ventilação. É recomendado também umedecer a pelagem”, aconselha. A ajuda veterinária é necessária, pois, se não tratado, o pet pode chegar ao óbito.

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